domingo, 18 de novembro de 2007

Clã

O concerto de Sábado foi espectacular!
Excedeu por completo as expectativas!

Estavam com uma energia incrível e não digo contangiante porque o público esteve maio apático. Mas falo por mim: não consegui parar um segundo na cadeira.

A Manuela Azevedo tem uma voz cada vez melhor e mais atraente. Super educada e capaz de notas fora de série com uma estabilidade muito convincente. Isto enquanto deslizava pelo palco ou saltava (não sei como conseguia, com aqueles saltos-agulha...). Muito bom.

O concerto foi bem grandinho, super recheado, onde não faltaram os temas recorrentes de álbuns anteriores, como: O Problema de Expressão (Kazoo, 1997), Dançar na Corda Bamba e Sopro do Coração (Lustro, 2000).

Mas fiquei totalmente encantada com as músicas que já não contava ouvir ao vivo, ainda por cima com a pujança a que assisti, por terem sido mais ou menos relegadas para segundo plano, como foi o caso de GTI, Loja de Porcelanas (Kazoo), H2omem, (Lustro), Eu, ninguém, Topo de Gama e Carrossel dos Esquisitos, (Rosa Carne, 2004). Todos interpretados com uma frescura e energia quase experimental. Quase, porque tudo foi medido ao milímetro. (São bons, não há muito a fazer).

Do Cintura, só faltaram Sexto Andar, Amuo e Pra Continuar. Grande álbum.

Não gostei de Adeus amor (bye, bye). Achei muito básico, fácil demais para o que estou habituada a ouvir. Tem uma estrutura demasiado simples e expectável. Claro que nas mãso daqueles meninos tudo soa bem, e não se pode dizer que tenha sido um mau momento. (Agora que voltei a ouvir, já não sinto tantas resistências).
Foi uma das músicas com mise-en-scéne mais cuidado, se bem que sóbrio e, claro, de bom-gosto.
Ficou como recordação este avião de papel com a letra da música que voou até nós pela sala.

Nota-se que curtiram muito a fazer o álbum, e mostram isso em palco. As luzes, já agora, estavam incríveis. Muito bem pensado o cenário liso com uma só cor em cada tema, sendo o jogo das outras luzes o que cria os ambientes.

O público, apesar de muito chochinho, demonstrou algo importante. Na segunda metade do concerto pedia-se as músicas do novo álbum, o que prova que os Clã, apesar de terem já criado composições "lendárias" que toda a gente conhece e gosta, e que sabem sempre muito bem ouvir de novo, não estagnaram, não se renderam a uma fórmula já ganha, e sabem reinventar-se e inovar sempre. Aposta, mais uma vez, ganha.


Já agora, uma palavra para o Theatro Circo. Aliás, duas.

1. o espaço está fantástico, tinha umas saudades incríveis daquela sala. Claro que agora me parece muito pequena (aquilo fechou quando eu tinha 10 anos; não tinha masi que 1,10m...). Sò achei que estava muito claro. Acho que a tinta branca é demasiado branca... Mas também não me pareceu interferir com a escuridão da sala ou reflexão de luzes. Talvez seja só a minha picuinhice a dar para o ar decadentó-boémio.

2. Na entrada para o Theatro Circo, o público foi convidado a preencher um pequeno inquérito. Até aí tudo bem. Mas num dos pontos questionava-se a população presente acerca de que grupos gostariam de ver actuar no Theatro Circo. E, entre Gifts, Pedros Abrunhosas e afins (pouco chocante, de acordo com uma sensibilidade tolerante) vinha, e não estou a mentir, Marco Paulo e Tony Carreira. Isto dava outro post, por isso vou só dizer que não comento.


Clã, Theatro Circo, Braga
apresentação do álbum Cintura
17/Nov/07

3 comentários:

Mr.M disse...

"Devia pensar não no que está mal, mas talvez no porquê de assim estar?" Traz-te memórias? Adoro as tuas críticas, és implacável! Pó bem e pó mal. Saudades imensas!

Caracoleta disse...

Isso soa-me a critica para a dra. Seródio...lol.Estou certa?

banana disse...

Eu também gosto de algumas coisas, às vezes...

Ou já não sou credivel a fazer críticas construtivas?

Agora a sério, o concerto foi muito muito fixe.
Já não os ouvia desde há 2 anos, na Festa do Avante.
Os panhonhas do público é que não ajudaram nada... a certa altura, a pesar de estarem a curtir "tótil" em cima do palco, deixaram de se esforçar tanto (deixaram de saltar tanto).