terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Sameiro

Hoje fui ao Sameiro, nome vulgar de um santuário de culto mariano na linha de Fátima. O objectico era ver o quadro de Óscar Casares que cria tantos problemas ao clero bracarense

As minhas memórias de infância deste sítio são poucas. Lembro-me vagamente de ter ido a um restaurante perto da Igreja talvez com 7 anos. Lembro-me também que a estrada para o Sameiro costumava estar ladeadas de "piqueniqueiros" durante os meses de Verão. E isto era o suficiente para não ter motivo para lá ir.

Hoje vi e senti coisas muito estranhas ao descobrir uma dimensão incrivelmente estadista e institucionalista daquela pedra e betão às toneladas. O que realmente me parecia era estar no resto de uma cidade ou império em decadência.

Veio-me à cabeça a Alemanha no final da II Guerra. E a União Soviética. Aqueles edifícios, mausoléus e estádios sem outro objectivo senão a imposição e opressão.

Também me surgiram imagens de 1984, de Orwell. E senti medo, terror mesmo. Senti-me mal, com falta de ar, perdida. Odiei todas as formas de censura e de opressão. E tenho cada vez mais a certeza de que já faltou mais para me tornar uma "terrorista", pelo menos de acordo com a definição ocidental actual de terrorismo, que não está longe de "todo aquele que atenta contra o status quo que a gente tanto trabalho teve para construir e agora que estamos a encher o cú de dinheiro nem pensar em largamos a mão disto".

Nunca conseguiria viver comigo própria se não fizesse nada para travar este movimento ditatorial reformista que vai fazer da Europa, ou pelo menos a margem Sul e mais Ocidental, um novo império capitalista e descerebrado, ainda mais à mercê dos ditadorzecos do €.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quantos de nós, na azáfama do dia dia e até mesmo nos momentos de lazer, paramos um pouco para refectirmos sobre o que nos rodeia e a razão das coisas?
É sempre bom desinquietar as mentes mais distraídas!
Os meios pouco importam pois de uma forma mais ou menos directa ou até mesmo virtual o importante mesmo é fazer passar a mensagem através de comentários, reflexões ou mesmo simples desabafos.
Continua!
tepi